Dra. Viviane Ribeiro Advogada

Você já pensou em como será a partilha dos seus bens quando você partir?

Pode parecer uma conversa desconfortável, mas é uma das decisões mais importantes que você pode tomar para proteger quem você ama. A falta de planejamento sucessório é uma das principais causas de conflitos familiares e de perda de patrimônio no Brasil.

Agora imagine: você trabalhou a vida toda para construir um patrimônio. E quando parte, seus herdeiros se veem envolvidos em brigas, processos longos e caros, e até mesmo a perda de parte desses bens. Triste, não?

Pois bem, é exatamente para evitar esse tipo de situação que existe o planejamento sucessório.

Por que você deveria se preocupar com isso agora?

Porque a sucessão acontece, queira você ou não. E quanto antes for planejada, mais simples, econômica e tranquila ela será para quem fica. Além disso, a legislação muda, a família cresce, e os bens se multiplicam (ou se reduzem). Planejar com antecedência permite ajustar tudo conforme essas mudanças.

O que é exatamente o planejamento sucessório?

É um conjunto de estratégias legais para organizar a transmissão dos seus bens aos herdeiros. Mas vai muito além de um testamento. Pode envolver doações em vida, criação de empresas (holdings), seguros, previdências, entre outros instrumentos.

Cada ferramenta tem suas vantagens e aplicações específicas. O importante é entender qual faz mais sentido para o seu caso.

Quais são os instrumentos mais usados?

  • Testamento: é a forma mais conhecida de deixar sua vontade registrada. Pode evitar discussões e garantir mais para quem precisa.
  • Doação em vida: permite adiantar a partilha de bens, com controle sobre quem recebe o quê.
  • Holding Familiar: organiza o patrimônio em uma empresa, facilitando a gestão e a transmissão.
  • Previdência privada e seguro de vida: instrumentos que nem sempre entram no inventário e ajudam a custear o processo.

Para saber mais sobre como fazer um testamento eficaz, veja nosso artigo completo sobre o tema.

E os benefícios?

  • Redução de conflitos entre herdeiros
  • Economia com impostos, taxas e honorários
  • Rapidez no processo de transmissão
  • Proteção do patrimônio
  • Tranquilidade para a família

Como começar seu planejamento sucessório?

  1. Levante todos os seus bens e dívidas
  2. Converse com sua família sobre o futuro
  3. Procure orientação especializada
  4. Escolha os instrumentos adequados ao seu caso
  5. Formalize tudo com documentos claros
  6. Reavalie periodicamente o planejamento

Conclusão: O tempo é agora

Adiá-lo é um risco. A falta de planejamento pode transformar a perda de um ente querido em uma batalha judicial desgastante e cara. O planejamento sucessório não é só para ricos ou idosos. É para todos que querem deixar seus afetos protegidos.

Não espere um problema surgir. Organize hoje o futuro de quem você ama.


FAQ: Dúvidas Frequentes

Planejamento sucessório é só para quem tem muito dinheiro? Não. Qualquer pessoa com bens, por menores que sejam, pode (e deve) se planejar.

Se eu fizer um testamento, meus herdeiros podem contestar? Podem, mas um testamento bem feito e dentro da lei é difícil de ser invalidado.

Doação em vida exclui o herdeiro do restante da herança? Depende. Se for um adiantamento da herança, é considerado na partilha. Mas pode ser feito com exclusividade, respeitando os limites da “legítima”.

Posso mudar o planejamento depois de feito? Sim. O planejamento é flexível e deve ser atualizado sempre que sua situação mudar.